quarta-feira, 21 de novembro de 2012

REFUTANDO SEITAS MESSIANICAS


 

Tanto o judaísmo e o Cristianismo possuem um tema central para a libertação das suas faltas espirituais. Mas para os cristãos, esse perdão de faltas significa "salvação do pecado." Para os judeus, significa "redenção".

Pela segunda vez nas últimas semanas, eu encontrei folhetos em minha caixa de correio de uma seita “judaica messianica” pedindo-me para permitir "Yeshua" purificar-me dos meus pecados e impurezas então eu seria aceito no Reino do céu que é iminente.

Estes dois folhetos muito bem produzidos e com anúncios ilustrados em hebraico anunciam uma guerra iminente, com fotos de máscaras de gás e homens fardados do Exército. Os textos afirmam que, por causa dos pecados de Adão e do pecado que nasce com o homem, esse homem não pode deles libertar-se a não ser que aceitem Yeshua como o Messias que Deus enviou para realizar a salvação. Só isso salvará Jacob – ou seja, Israel – da desgraça iminente.

O sucesso, embora pequeno, destas campanhas e aqueles que os precederam nas últimas décadas pode ser visto ao existirem as congregações “judaica messiânicas” em Israel, composta de israelitas nativos que foram seduzidas por essa propaganda em pensar que podem ser judeus mesmo que aceitem essas crenças.

Estes esforços são financiados por grupos cristãos evangélicos na América que acreditam sinceramente que eles estão fazendo aos judeus um favor, mostrando-lhes o caminho para a salvação. Estas organizações descobriram que os incitando a tornar-se "Judeus para Jesus," como é conhecido um grupo, eles terão maior sucesso que se simplesmente tentarem convertê-los ao cristianismo.

Originalmente, esta idéia foi promulgada por Martin Rosen em 1973.

Rosen nasceu judeu, mas se converteu ao cristianismo e se tornou pastor batista. Ele liderou uma missão para converter outros judeus, mas quando ele descobriu que não tinham êxito, ele criou a ideia de que o obstáculo na aceitação de Jesus é não mostrá-lo como Judeu, e isso motivaria a judeus o aceitarem e tornarem-se cristãos. Portanto, ele fundou a judeus para Jesus.

Evidentemente, tal compromisso não é possível. Se um Judeu aceitar a crença cristã torna-se um cristão, não importa o que irá chamar-se, mesmo que tecnicamente permaneça judeu de modo limitado. Ao aceitar-se a seita “judaica messiânica”, crendo em Jesus como Messias, como um da Trindade, como "o filho de Deus" e como aquele que leva à salvação, tais judeus, cruzaram o limite da sua religião e tornaram-se cristãos. Como tal, são considerados apóstatas, para qualquer religião que professarem. O grande estudioso (Menahem ben Solomon, 1249-1316) colocou, "Quem deixa a religião judaica e adota outra religião é considerada um membro dessa religião em todos os aspectos, exceto em matéria de divórcio, casamento ou qualquer questão de assuntos familiares".

Eu respeito os cristãos e suas crenças, mas como um judeu não posso aceitar sua crença de que o problema central que enfrentamos é que nós todos nascemos pecadores e não podemos nos livrar do pecado através de nossas próprias ações. No judaísmo, a história do pecado de Adão e Eva não é semelhante ao que crer o Cristianismo. Sim, nós nascemos com uma inclinação que pode nos levar ao mal, mas, como Deus disse para Caim, "pecado está a porta; seu desejo é para você, mas você pode superá-lo"(Gênesis 4:7). Além disso, se pecarmos, o arrependimento está disponível para nós. Devemos orar diariamente por perdão, não só no Yom Kippur e acreditar que Deus é benevolente e nos perdoa.

Tanto o judaísmo e o Cristianismo têm o Perdão como tema central. Mas para os cristãos, Perdão é "salvação do pecado." Para os judeus, significa "redenção" – ou seja, a liberdade da escravidão, como no Egito e o retorno do exílio e da restauração da nossa independência.

É hora de aprendermos a respeitar nossas diferenças e grupos cristãos a desistirem das tentativas de nos converter, especialmente quando tentam disfarçados dos chamados grupos messiânicos. É também tempo para aqueles que se juntaram a estes grupos pararem de enganar-se e a perceber exatamente o que eles fizeram na adoção de outra religião. Eles também devem saber que nunca é demasiado tarde para voltar para casa.

O escritor, ex-presidente da Assembléia rabínica internacional, é um duplo vencedor do National Book Award. Seu livro mais recente é a Revolução do Torá (luzes judaica).

 

PS: Tradução livre by Moreh Altamiro de Paiva, do The Jerusalém Post. De 21-11-2012.

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