terça-feira, 27 de março de 2012

MAS, O QUE É MESMO A TORÁH?


A Torá representa os 5 livros de Moisés ou Pentateuco. O nome vem da Língua hebraica, significando “ensinamento”. A Torá é considerada um dos conceitos centrais da Religião Judaica, a pedra angular do judaísmo, e nela encontramos a origem do povo judeu, a base de toda  sua cultura e tradição.

Inserida na Bíblia, Velho Testamento, conhecido como Tanach ou Kitvei ha-Kodesh (Escrituras Sagradas), é composta de 24 livros, divididos em três grupos: Torá (Pentateuco), Neviim (profetas), Ketuvim (Escritos).

A Torá é um relato dos acontecimentos desde o princípio do mundo até a morte de Moisés, confundindo-se entre leis e narrativas. Nela encontramos leis, histórias, profecias, hábitos, reflexões e informações. É tida como verdadeira fonte de vida e guia para formação e conhecimento da estrutura psíquica de um povo, no sentido de que instrui sua relação com D’us.

Instrumento de ligação entre o infinito e o finito e vice versa, ela é como uma semente, originando estruturas diferentes em diferentes épocas, pois é considerada um livro de inspiração Divina, profundamente religioso e humano ao mesmo tempo.

O Judaísmo considera que seu verdadeiro autor é D’us, que através de Moshe (Moisés) transmite Sua palavra à humanidade. Diz-se que Ele a consulta para criar o universo, e assim é conhecida como o “código da vida”, o padrão original, ou plano interno do mundo. STEINSALTZ[[1]], coloca que a Torá e o mundo são inseparavelmente um par. Diz-se que ela já existia antes de o mundo vir a ser, e foi dada aos patriarcas que a guardaram antes de ser efetivamente outorgada. Foi Moshe, no Monte Sinai, no ano de 2448 da Criação do Mundo (1313  a. C.), que teve a revelação de seu conteúdo, através do chamado  Espírito Santo (Ruach ha-Kodesh), uma inspiração direta de D’us, pois está escrito: “Falava D’us a Moisés face a face, como um homem qualquer fala a seu amigo”[2]. Moshe, então, teve a responsabilidade de transmitir esses conteúdos para todo o povo, juntamente com os sábios, através da chamada Tradição Oral, que é a Torá passada de “boca em boca”. Nesse evento o único documento escrito que Moshe recebe são as Tábuas dos Dez Mandamentos, que representam a  Tradição Escrita.

Ela também é conhecida como Chumash, que significa quinto, referindo-se à forma de sua composição, dividida em cinco livros: Gênesis, Bereshit – No Princípio; Exodus, Shemot – Nomes;  Levítico, Vaikra – E Chamou; Números, Ba-midbar – No Deserto; Deuteronômio, Devarim – Palavras;

Os nomes acima que derivam do grego estão relacionados com o conteúdo, enquanto as denominações hebraicas são constituídas pela primeira ou principal palavra do início de cada livro. Ex: “Bereshit…”, “No início D’us criou os Céus e a Terra…”

Seu principal conteúdo para a tradição religiosa são os 613 mandamentos, dos quais 248 são positivos (“o que farás”) e 365 são negativos (“o que não farás”). Estes preceitos ligam o povo judeu a D’us e a seu semelhante, ao real objetivo de nossas vidas no mundo material e nossa conexão permanente com o mundo espiritual, onde um não se desvincula do outro. Os preceitos e mandamentos cobrem todas as fases da vida judaica, todas as atitudes para com o próximo e a maneira de reverenciar D’us, para atingir os mais altos padrões morais.

PS: Texto originário da Escola de Kabbalah

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