Inserida na Bíblia, Velho
Testamento, conhecido como Tanach ou Kitvei ha-Kodesh (Escrituras Sagradas), é
composta de 24 livros, divididos em três grupos: Torá (Pentateuco), Neviim (profetas),
Ketuvim (Escritos).
A Torá é um relato dos
acontecimentos desde o princípio do mundo até a morte de Moisés, confundindo-se
entre leis e narrativas. Nela encontramos leis, histórias, profecias, hábitos,
reflexões e informações. É tida como verdadeira fonte de vida e guia para
formação e conhecimento da estrutura psíquica de um povo, no sentido de que
instrui sua relação com D’us.
Instrumento de ligação entre
o infinito e o finito e vice versa, ela é como uma semente, originando
estruturas diferentes em diferentes épocas, pois é considerada um livro de
inspiração Divina, profundamente religioso e humano ao mesmo tempo.
O Judaísmo considera que seu
verdadeiro autor é D’us, que através de Moshe (Moisés) transmite Sua palavra à
humanidade. Diz-se que Ele a consulta para criar o universo, e assim é
conhecida como o “código da vida”, o padrão original, ou plano interno do
mundo. STEINSALTZ[[1]], coloca que a Torá e o mundo são inseparavelmente um
par. Diz-se que ela já existia antes de o mundo vir a ser, e foi dada aos
patriarcas que a guardaram antes de ser efetivamente outorgada. Foi Moshe, no
Monte Sinai, no ano de 2448 da Criação do Mundo (1313 a. C.), que teve a revelação de seu conteúdo,
através do chamado Espírito Santo (Ruach
ha-Kodesh), uma inspiração direta de D’us, pois está escrito: “Falava D’us a
Moisés face a face, como um homem qualquer fala a seu amigo”[2]. Moshe, então,
teve a responsabilidade de transmitir esses conteúdos para todo o povo,
juntamente com os sábios, através da chamada Tradição Oral, que é a Torá
passada de “boca em boca”. Nesse evento o único documento escrito que Moshe
recebe são as Tábuas dos Dez Mandamentos, que representam a Tradição Escrita.
Ela também é conhecida como
Chumash, que significa quinto, referindo-se à forma de sua composição, dividida
em cinco livros: Gênesis, Bereshit – No Princípio; Exodus, Shemot – Nomes; Levítico, Vaikra – E Chamou; Números,
Ba-midbar – No Deserto; Deuteronômio, Devarim – Palavras;
Os nomes acima que derivam
do grego estão relacionados com o conteúdo, enquanto as denominações hebraicas
são constituídas pela primeira ou principal palavra do início de cada livro.
Ex: “Bereshit…”, “No início D’us criou os Céus e a Terra…”
Seu principal conteúdo para
a tradição religiosa são os 613 mandamentos, dos quais 248 são positivos (“o
que farás”) e 365 são negativos (“o que não farás”). Estes preceitos ligam o
povo judeu a D’us e a seu semelhante, ao real objetivo de nossas vidas no mundo
material e nossa conexão permanente com o mundo espiritual, onde um não se
desvincula do outro. Os preceitos e mandamentos cobrem todas as fases da vida
judaica, todas as atitudes para com o próximo e a maneira de reverenciar D’us,
para atingir os mais altos padrões morais.
PS: Texto originário da
Escola de Kabbalah
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